Lago de sismos
Digo já:
- gosto muito da calma e segurança.
Não gosto de viver num lago de
sismos.
Uma vez, aqui, outra, ali.
Pequeno, grande.
Não importa.
Arrepia.
Gosto da terra firme.
Agarrada ao chão.
Onde apetece andar de barco,
Fazendo ondas só para trás.
E ficar a vê-las. Cada vez mais
pequeninas.
Espelhando o céu azul.
Vai contra a natureza ver a terra a
saltitar.
Ouvir-lhe urros, tão cavos e tão
profundos,
Como serão no fim do mundo.
Tão medonhos, sem saber para onde
fugir.
Houve um há centenas de anos.
Arrasou Lisboa. Nem sei como renasceu.
Teve um Marquês para a reconstruir.
Assisti a um nos anos sessenta.
Fevereiro, ano 1969.
Vivia na capital.
Pensei que fosse o fim.
Tudo rangia.
Bamboleavam as vigas mestras e as
paredes.
Só deu tempo para fugir.
O que valeu foi seu epicentro ter
sido no mar, a dezenas de km…
Berlim, 15 de Janeiro de 2018
19h23m
Jlmg
Sem comentários:
Enviar um comentário