quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Sinfonia dos pardais

Sinfonia dos pardais
Poisam nos fios ao de leve.
Como as notas numa pauta.
Como enxames pelas ramagens,
Soltam brados e orações.

Cantam breves as suas preces.
Trinam cantos, entoam sons.
Parecem choro, parecem hinos.
Ora em coro, ora sózinhos.
Não têm escola.
É inata a sua arte.
Melodia universal.
Jorra pura e cristalina.
Brilha ao sol e silva ao vento.
A candura terna duma flauta.
Suave encanto dum violino.
São alegres, rapioqueiros.
Assustadiços como a aragem.
Interrompem a sua festa.
Desprendidos. Generosos.
Sabem que agradam a toda a gente.
Nunca esperam as nossas palmas.
Em todo o lado são felizes…
Ouvindo sinfonia nº 2 – Oceano de Rubinstein
Berlim, 11 de Janeiro de 2018
6h47m
Jlmg

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