Esteve escondido, anos e anos sem dar conta, nos arcanos do meu ser.
Tinha entrado há pouco no remanso doce da aposentação.
Ano dois mil.
Um dia à tarde, quando fazia tempo, esperando alguém,
não sei que foi,
senti vontade de escrever poesia.
Olhei. Um comboio estava parado na estação. Esperando partir.
Conhecia-o tão bem...
Num girar sem fim, só entre o Cais do Sodré e Algés.
Tinha comigo o caderno onde apontava as minhas prosas para os jornais.
Soltei o bico à caneta e deixei-o correr à solta.
Foi por onde quis. Foi só segui-lo.
Como ele sabia tão bem de tudo sobre aquele comboio amarelo que ia e vinha.
No fim, comecei a ler.
As lágrimas explodiram nos meus olhos...
"O comboio amarelo de Cascais" o meu primeiro poema.
Nunca mais parei.
Berlim, 20 de Janeiro de 2018
17h6m
Jlmg
Sem comentários:
Enviar um comentário