terça-feira, 16 de janeiro de 2018

As escolinhas primárias



As escolinhas primárias

Eram singelas. Espalhadas. Expostas ao sol.
Uma porta vermelha. Duas janelas.
Irradiavam calor. Faziam sonhar.
Ensinavam a vida. O mundo. Com cor.

Eram alfobres. Cultivavam os pobres.
Faziam doutores, só a quarta classe.
Ensinavam a escrita. Os rios e serras.
Os caminhos de ferro.
Cultuavam a pátria.
Fertilizavam a terra.
Jorravam alegria.
Um jardim de flores.

Eram altares.

Hoje, encerradas. Cercadas de ervas.
Morrem de tristes.
Aguardam seu fim.

Mas outras, ainda bem.
Emprestam as salas aos livros da aldeia,
Alojam os ranchos das danças,
As mesas de votos.

E, uma já vi.
Um bom restaurante,
Serve quem passa,
À beira da estrada, com sombra.
A cozinha cá fora.
Que bem se ali come,
Não longe de Alcácer…

Berlim, 17 de Janeiro de 2018
8h46m
Jlmg


Sem comentários:

Enviar um comentário