quarta-feira, 22 de abril de 2015

meu terreiro...

meu terreiro...
é de barro vermelho o meu terreiro.
sempre limpinho,
como um guarda-sol.
o varro com um canho
de giestas,
secas ao vento
e ao sol.
o asperjo de todos os males,
os maus-olhados
e dos peles-vermelhas,
entranhados na aldeia.
vieram de longe.
tudo lhes serve,
ninguém está livre,
nada respeitam.
me sento num banco,
debaixo duma árvore.
largo dossel.
ali passo as tardes,
olhando as nuvens
dançando ao vento.
regalo meus olhos,
mirando as serras,
muralhas de terra,
tingida de verde
e cinzento,
sulcadas de regos,
que a chuva deixou...
ouvindo "moon light" sonata de Beethoven
ao cair da tarde soalheira
Mafra, 22 de Abril de 2015
17h54m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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