domingo, 5 de abril de 2015

melro da manhã...

melro matinal das seis e quarenta e cinco...

que cantará, cada manhã,
aquele melro negro
e bico amarelado,
sobre o muro da tapada,
à minha frente?

não usa relógio,
nem sabe música.
canta de cor.
a mesma letra,
sem qualquer pauta.

tempo contado.
o mesmo hino.
as mesmas estrofes.
nem mais nem menos.
voltado para o céu.

é o meu relógio
e o meu farol,
neste mar revolto.
ondas gigantes,
quase mortais.
desta procela,
que, sobre nós caíu...

Mafra, 6 de Abril de 2015
7h35m

acaba de emergir o alvor do sol

Joaquim Luís Mendes Gomes

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