melro matinal das seis e quarenta e cinco...
que cantará, cada manhã,
aquele melro negro
e bico amarelado,
sobre o muro da tapada,
à minha frente?
não usa relógio,
nem sabe música.
canta de cor.
a mesma letra,
sem qualquer pauta.
tempo contado.
o mesmo hino.
as mesmas estrofes.
nem mais nem menos.
voltado para o céu.
é o meu relógio
e o meu farol,
neste mar revolto.
ondas gigantes,
quase mortais.
desta procela,
que, sobre nós caíu...
Mafra, 6 de Abril de 2015
7h35m
acaba de emergir o alvor do sol
Joaquim Luís Mendes Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário