Parti cedo para a audácia da vida.
Cedo deixei a calma e sossego da terra onde nasci.
Fascinado pelo horizonte do nascente e do sul.
Com uma mala só e em cartão.
Deixei o dia a raiar
E fui ver o pôr-do-sol ao pé da foz.
Onde o porto acaba e começa o mar.
Barcos rabelos de crista ao vento.
Descendo o rio.
Barris de vinho,
Com sabor a douro.
Um formigueiro de gente,
A enxamear a baixa.
Colmeia carregada de mel,
Com sabor a mosto.
Passei uma eternidade
Com revoadas de incenso Irrompendo pelas frestas negras
Da catedral
Ao cimo.
Claustros defuntos
Onde o sol nunca entrou.
Saí um corcel, faminto da vida
E da liberdade.
Daquele túnel sem fim,
Com pedaços de mim
Por onde nunca mais passarei…
Mafra, 15 de Abril de 2015
15h15m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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