quarta-feira, 15 de abril de 2015

esqueci-me do medo...

Esqueci-me do medo…

Parti cedo para a audácia da vida.
Cedo deixei a calma e sossego da terra onde nasci.

Fascinado pelo horizonte do nascente e do sul.

Com uma mala só e em cartão.
Deixei o dia a raiar
E fui ver o pôr-do-sol ao pé da foz.

Onde o porto acaba e começa o mar.

Barcos rabelos de crista ao vento.
Descendo o rio.

Barris de vinho,
Com sabor a douro.

Um formigueiro de gente,
A enxamear a baixa.
Colmeia carregada de mel,
Com sabor a mosto.

Passei uma eternidade
Com revoadas de incenso Irrompendo pelas frestas negras
Da catedral
Ao cimo.
Claustros defuntos
Onde o sol nunca entrou.

Saí um  corcel, faminto da vida
E da liberdade.
Daquele túnel sem fim,
Com pedaços de mim
Por onde nunca mais passarei…

Mafra, 15 de Abril de 2015
15h15m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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