segunda-feira, 27 de abril de 2015

magna solidão da madrugada...

magna solidão da madrugada...

como aquele melro negro,
solitário,
poisado na bordinha extrema do telhado,
que eu vi ontem,
de olhar ao longe,
vago e infinito,
eu estou calado.

e miro o mundo.
imenso,
a partir de mim.

um ser minúsculo.
uma migalhinha ínfima,
mas que se sente rainha,
de tudo,
e o seu centro opaco.


tenho a consciência
de que tudo de mim depende.

sua existência acende
e apaga
quando eu penso.

que, defintivamente,
se acaba se eu me extinguir...

eu sei que é um contrassenso.
tudo já era intenso e vasto
quando apareci no mundo...

arde em mim
e me serena
a viva sensação
de que não estou sózinho. de que me ligo a Deus,
o Autor e o Supremo dono
de Quem eu sou um filho.
assim tu...também!


madrugada alta

Mafra, 28 de Abril de 2015
3h21m
Joaquim Luís Mendes Gomes





Sem comentários:

Enviar um comentário