magna solidão da madrugada...
como aquele melro negro,
solitário,
poisado na bordinha extrema do telhado,
que eu vi ontem,
de olhar ao longe,
vago e infinito,
eu estou calado.
e miro o mundo.
imenso,
a partir de mim.
um ser minúsculo.
uma migalhinha ínfima,
mas que se sente rainha,
de tudo,
e o seu centro opaco.
tenho a consciência
de que tudo de mim depende.
sua existência acende
e apaga
quando eu penso.
que, defintivamente,
se acaba se eu me extinguir...
eu sei que é um contrassenso.
tudo já era intenso e vasto
quando apareci no mundo...
arde em mim
e me serena
a viva sensação
de que não estou sózinho. de que me ligo a Deus,
o Autor e o Supremo dono
de Quem eu sou um filho.
assim tu...também!
madrugada alta
Mafra, 28 de Abril de 2015
3h21m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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