cada um o seu talento...
a natureza pode ser caprichosa.
ociosa, não.
é perfeita e exacta no que faz.
cada ser tem suas medidas.
sua expressão.
onde impera a lei
do rigor
e da harmonia.
em todos os reinos.
do ser aparente inerte,
minúsculo
ao sideral,
do ser vivente,
vegetal e animado.
o ser humano
é obra-prima.
com forma, inteligência
e uma vontade propulsora.
capacidade de criar,
por semelhança ou associação.
em níveis diversos
e variados.
o seu mobil é sobreviver,
da melhor forma,
respeitando o igual.
intervém criando,
como arquitecto.
concebe e engenha,
à luz da arte e perfeição,
cada um o seu alcance.
imitando ou acrescentando,
conforme seu jeito.
tudo num gradação
que vai do incipiente
ao quase divino e infinito...
e surgem os mestres,
cada um na sua arte.
o que varia é a expressão.
aqui o som.
ali a ideia,
expressa em palavra.
num discurso
ou num poema.
sucessão de traços
e pinceladas,
sobre uma tela, iluminada às cores...
na sinfonia complexa duma orquestra.
expressando sentimentos
de tristeza ou alegria.
na oratória,
onde se expressa e comunica ao outro,
com pujança e veemência,
o que lhe vai na alma,
sua riqueza.
e o resultado
é todo este painel maravilhoso,
quase infinito
que nos assombra...
ouvindo a sinfonia completa nº 2 de Rachmaninov
quando meio mundo está dormindo...
Mafra, 3 de Abril de 2015
4h31m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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