sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Tibia luz do lampião

Tíbia luz de lampião
Aquela luz tíbia de lampião
me deixa ver à frente
o relvado e minha sebe.
Depois um muro alto.
Tenho fé que seja a mata,
tal é a escuridão que a esconde e tapa.
Me recordo dos cavalos mansos
que por lá andam
e das encostas secas que se desdobram
em duas folhas.
Depois as árvores numa barreira verde
que a transforma num bosque enigma.
Por isso eu creio.
Mas só a fé garante
e ilumina estes meus olhos.
Do mesmo modo o mundo.
Olho em redor.
Só vejo miséria e morte.
Estamos no reinado do ódio
e da ganância cega.
Esmagados pela gula do dinheiro.
Por ele se bombardeia e mata
às cegas e com voragem.
Até parece o fim do mundo.
Porque este nenhum sentido tem.
Está tão negro...e nele nos vemos perdidos e abandonados.
Mas, tal como sei que,
por detrás desta cortina negra à minha frente,
está o enigma duma mata verde que o sol faz tão deslumbrante,
assim, é só aparente o medonho caos que esmaga o mundo
e não estamos sós nem abandonados...
Nisso eu creio
E só me basta!...
ouvindo Witney Houston
Tapada da Mafra, 27 de Agosto de 2016
5h9m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes

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