O despertar do dia
Fruto da luz, chegaram os traços e formas dos corpos.
Depois veio o movimento colorido que os pegou em carrossel.
Cada qual no seu papel, segue a marcha no seu caminho.
Travam-se confrontos e atropelos,
como se o espaço imenso lhes escasseie.
Se evitam os cruzamentos de dois sentidos.
Se ocultam, à cautela, nas sombras que os rodeiam.
Reina o medo e a vontade de sobreviver.
Só a gravidade firme lhes prende os pés ao chão.
Mesmo assim os alados se desprendem e vagueiam livres pelo ar.
Enquanto as árvores se despem das suas folhas secas que só pesam.
Os répteis ápodos e oblongos serpenteiam velozes sobre os folhedos.
Até as núvens, em constante desassossego,
se afligem com as temíveis forças das ventanias.
É esta a paz da natureza.
Tapada de Mafra, 26 de Agosto de 2016
9h40m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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