terça-feira, 30 de agosto de 2016

Igreja velha

Aquela igreja velha

Em pedra firme.
Afitada. Hierática.
Duas abas o telhado em barro.
Uma sineira dum só sino.
Muito sóbria.

Uma porta larga ao fundo
Por onde entrava todo o mundo.
Uma singela ao meio,
Era o acesso, por destino,
Das mulheres.
Mais acima, outra estreita,
Para os homens e para o abade.
Um escadório em pedra,
Cá por fora,
Nos levava até ao coro.
Só para homens.
De cadalado interno um altar
A Cristo e à Virgem.
Que linda imagem!
E lá ao cimo o altar-mor.
Para o sacrifício.
E realçando ao topo,
Uma grande tela,
Do Gabriel arcanjo.
De lado um nicho,
Onde se paramentava o Padre.
Não havia bancos.
Só umas cadeiras.
Em damasco rubro.
Para a fidalguia.
Ali se orava forte e são,
Cada Domingo.
Porque, era sagrado!
Sem terço e Missa,
A vida não fazia sentido...
Mafra, 31 de Agosto de 2016
1h48m
está negra a noite
Jlmg

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