Da ravissa ao pão
Aquele pedaço de ferro ou de pau,
cravado na terra e arrastado pelo boi,
revolve o profundo
e o expõe ao sol.
Ao cabo de horas, saciada de luz,
vem uma grade, com espetos,
carregada com um peso,
a alimária sem soldo,
a puxa de graça,
horas a fio,
num vai e num vem,
alisando aquele húmus,
misturado de adubo,
alimento que a terra não tem.
Depois, é a vez da semente,
milho ou centeio,
lançada à mão,
se entranha nas vertentes
e ventre do chão,
que um milagre de vida
faz germinar em caule e flor.
Que seara mais linda,
ali vai florir,
uma fonte de pão...
Tapada de Mafra, 25 de Agosto de 2016
8h41m
céu cinzento
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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