segunda-feira, 1 de agosto de 2016

aves de arribação...

Aves de arribação…

Ciclicamente, em data certa,
Cruzando os ares,
Em bando ao alto,
Vencendo fome e sede,
Aí vêm elas,
A tudo alheias,
Para os mesmos ninhos,
Mesmas aldeias.

São as cegonhas.
As andorinhas.
É sua sina.
É sua lei.
Porque o fazem?
Desde o infinito,
Assim está escrito.

Pelas lezírias de Angeja.
Campos do Sado.
Os postes da luz.
São os telhados.
Torres da igreja.

Que alegria vê-las!...
Bendita faina.
Vem o Agosto.
Outras razões.
Metem-se à estrada.
Grandes “bouchons”.
Trepam as serras.
Descem os vales.
Devoram as horas.
Rasgam fronteiras.

Arribam felizes.
Esquecem agruras.
Duras andanças.
Chegam da Alemanha,
Vêm da França.
Por poucos dias.
Trazem abraços.
Matam saudades.
Há romarias.
Enchem as praias.

Que grande festa!...

Tapada de Mafra, 2 de Agosto de 2016

Amanheceu cinzento

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes


















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