terça-feira, 16 de agosto de 2016

Passo o portão

Passo o portão

Sem pensar para onde vou,
passei o portão
e saí.

Desço ao lado destas pedras encasteladas há uns dois séculos.
São muro alto da Tapada.

Quem vai na estrada
não vê o que por detrás há.

Grande espaço real
onde o Rei caçou.
 Hoje é mata.

Cavalos. Gamos e javalis
poe ele passejam livres.

Os cavalos, mansos, pardos
Bem os vejo da minha janela.
Pensativos, ali passam dias,
passam meses.
Seu múnus é pastar.

Sem metafísicas,
alheios às guerras
e aos incêndios loucos
que descalabram
este país tão belo...

Não são sempre os mesmos.

De vez em quando chega um jeep
carregado de palha seca.
Então eles correm lestos
como cavalos...

Tapada de Mafra. 16 de Agosto de 2016
16h52m

ouvindo "Claire de lune" em piano

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes

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