Esta madrugada alta, ouvi um estrondo.
Fui à janela.
Fui à janela.
Abri-a de par em par.
Ao longe, à minha frente,
Como em tela estrelada e negra,
Passava um distico, em letras grandes.
Se podia ler:.
Como em tela estrelada e negra,
Passava um distico, em letras grandes.
Se podia ler:.
Com vosso pensamento,
que ninguém vê,
escrevam aqui
tudo quanto mais desejam.
que ninguém vê,
escrevam aqui
tudo quanto mais desejam.
Mas não riqueza
nem ostentação.
nem ostentação.
se acabem na Terra
nem a fome nem a guerra.
nem a fome nem a guerra.
que sejam iguais os continentes
do norte e sul.
do norte e sul.
se ponha fim
ao degelo dos pólos.
ao degelo dos pólos.
e que os rios deixem de correr para o mar.
se acabem no mundo
os terramotos.
se acabem no mundo
os terramotos.
se apaziguem, de vez, as monções mortais.
e todas as intempéries,
por mais violentas.
e todas as intempéries,
por mais violentas.
e se exterminem para sempre as ditaduras,
com milhões de escravos,
por mais inocentes.
com milhões de escravos,
por mais inocentes.
Tudo isso não é da vossa conta.
Só a mim, me diz respeito.
Só a mim, me diz respeito.
O que espero de vós
é só que aceiteis fiéis
este meu reino...
e a felicidade vem,
como a chuva cai,
é só que aceiteis fiéis
este meu reino...
e a felicidade vem,
como a chuva cai,
ninguém sabe donde é que vem...
Mafra, 18 de Agosto de 2014
19h8m
Joaquim Luís Mendes Gomes
19h8m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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