sexta-feira, 5 de agosto de 2016

cansaço das horas...

Cansaço das horas...
Não são as horas
que trazem cansaço.
É o esforço que faço
Para mover este corpo.
Barco a remos.
Navio sem velas.
Rasgando as ondas
À força dos braços.
Trago um rumo
Que cumpro do berço.
Não páro e descanso,
Enquanto não chego.
Foi-me traçado cá dentro,
A escopro e martelo.
Sigo-lhe os passos.
Nas horas do tempo.
Alheio ao sol e ao frio.
Sigo adiante.
Faço o que faço
E falta-me o tempo.
Olho ao longe
E bem fundo.
Sinto em mim
Uma força que vem
E me puxa para a frente.
Às vezes esmorece.
Com o vento contrário.
Inalo perfumes
Que chegam de além.
Incendeiam-me o peito
E a alma.
A calma regressa com força.
Ilumina-me a mente.
Vejo o sol, de novo a raiar.
Me levanto e sigo
Aonde quero chegar
E com gosto.
O dia ainda não nasceu...
Mafra, 6 de Agosto de 2014
5h47m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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