sexta-feira, 31 de julho de 2015

minha tenda...

minha tenda...

montei minha tenda no cimo do monte.
ao pé duma ermida.
a bênção do santo.

suspenso no tempo.
penso e medito.
quem fui e quem sou.
o que esperava ter sido.

uma distância infinita.
outro caminho tomava
se voltasse atrás.
sabendo o que sei.

uma teia escusada
ensarilhou os meus passos.
um mar de preceitos,
pseudo-divinos,
pareciam ser leis.

a ferrugem do tempo
os desfez em poeira.
que o vento levou.

só ao cabo dos tempos,
derrubei as paredes
e os corredores-labirinto.
só aproveitei os caboucos.
ficaram de pé os pilares.

uma casa mais simples,
só com luz natural,
como esta tenda onde estou,
tem tudo quanto preciso.
chegou bem para mim.


Mafra, 31 de Julho de 2015
21h17m
Joaquim Luís Mendes Gomes


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