terça-feira, 21 de julho de 2015

dies irae...dies illa...

Dies irae…dies illa…

Hoje foi um dia de ira…
Callamitatis in favilla…
Dies magnum…
De sofrimento.

Toca a todos…
Tocou-me a mim.

Fui visitar o meu irmão
Ao hospital.
Mais novo dez anos certos
Que eu.

Uma vida de vitórias e de triunfos.
Com mãos limpas.
Muito labor e muito engenho.
Muito rigor.

Uma pessoa simples.
Ninguém consegue ser seu inimigo.
Por ele, o mal jamais viria ao mundo.

Amante da vida.
Tanto quanto podia.

Pois, de repente,
Viu-se acometido por esse maligno
Que não escolhe classes
Nem idades.

Vai começar aquele calvário da quimioterapia…

Oxalá seja eficaz, como se espera.
Está confinado.

Fui encontrá-lo. Magro. Débil.
E muito triste.

Mal me viram os seus olhos,
Um raio de luz lhe trespassou o olhar…
Tão ternos…
A suplicar.

Foi lancinante.

Daria tudo para o sarar…

Mafra, 21 de Julho de 2015
21h33m

Joaquim Luís Mendes Gomes

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