Dies irae…dies illa…
Hoje foi um dia de ira…
Callamitatis in favilla…
Dies magnum…
De sofrimento.
Toca a todos…
Tocou-me a mim.
Fui visitar o meu irmão
Ao hospital.
Mais novo dez anos certos
Que eu.
Uma vida de vitórias e de triunfos.
Com mãos limpas.
Muito labor e muito engenho.
Muito rigor.
Uma pessoa simples.
Ninguém consegue ser seu inimigo.
Por ele, o mal jamais viria ao mundo.
Amante da vida.
Tanto quanto podia.
Pois, de repente,
Viu-se acometido por esse maligno
Que não escolhe classes
Nem idades.
Vai começar aquele calvário da quimioterapia…
Oxalá seja eficaz, como se espera.
Está confinado.
Fui encontrá-lo. Magro. Débil.
E muito triste.
Mal me viram os seus olhos,
Um raio de luz lhe trespassou o olhar…
Tão ternos…
A suplicar.
Foi lancinante.
Daria tudo para o sarar…
Mafra, 21 de Julho de 2015
21h33m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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