sábado, 18 de julho de 2015

medo...

O medo…

Vem de nós esta ameaça interna que nos acompanha,
desde a nascença.

Da solidão,
Quando no berço,
Que as mãos da mãe
Não voltem mais.

De cair no chão,
Quando tentamos, sós,
O segundo passo.

Da escuridão da luz
Quando veio a noite
E a candeia não acendeu.

Daquele ruído no escuro,
Não se sabe
Do que é
Nem donde vem.

De me perder pelo caminho,
Sem saber como voltar.

De ir à loja, a mando da Mãe
E esquecer o que fui buscar.

Da reguada do professor
Pelo erro da cedilha
Ou da tabuada.

Dos degraus da escada,
Quando a começo a descer sózinho.

E da negativa ao fim do período,
Quando vem a hora de avaliar.

E da chuva que vem ao longe,
Quando deixei em casa
O guarda-sol…

Tudo se sente
Tudo dói,
Bem cá dentro,
Antes mesmo de acontecer…

A realidade vem
E é bem melhor!

Ouvindo Lang Lang ao piano
Tocando Tschaikowski, concerto nº 1

Mafra, 19 de Julho de 2015

É madrugada

Joaquim Luís Mendes Gomes




Sem comentários:

Enviar um comentário