quarta-feira, 15 de julho de 2015

Átrio Saldanha...

Átrio Saldanha!...

Anónimo. A fervilhar de gente.
Uns comem. Outros cavaqueiam.
Saboreando résteas de liberdade.

Vêm dos escritórios cinzentos e frios
Que os há à volta.

Muito formais nas suas vestes.
Casaco e gravata.
Gente opaca.
Não têm raízes.

Subindo escadas.
Ascensores de vidro.
Seguranças hirtas
Guardam as esquinas.

Espaços sem alma,
Sem sol nem chuva,
Que a cidade gera...
Mas tem um piano calado...
De vez em quando toca.

Lisboa, 15 de Julho de 2015
14h49m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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