quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Valados verdes...

Eram verdes os valados...

Eram verdes os valados dos caminhos.
Eram tantos, como as veias por onde iam e vinham,
aquelas gentes belas do meu passado.
Me viram nascer.
Me queriam bem.

Uma a uma, todas foram.
E os caminhos, sem valados,
viraram estradas, com bermas secas.

Eram de pedra as casas pequenas.
Duas janelas. Uma porta ao meio.
Mas com jardim.
Eram bem simples e cheiravam bem.

Um limoeiro. Com flor e fruto.
Uma oliveira de azeitonas pretas.
Um poço ao fundo.
O tanque da rega,
Onde se lavava a roupa e tomava banho.
Havia figos, pelo são joão.
Da figueira tenra
que o avô plantou.
Uma cerejeira.
Era um triunfo.
Pelo mês de Maio.

E, no quintal, conforme a época,
Crescia de tudo.
Tomate e alface.
Batata e couve.
Era um regalo.
Com adubo puro.
Só biológico,
Como mandava a lei...

Jlmg


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