domingo, 19 de novembro de 2017

As rampas...

As rampas…
Aqueles caminhos estreitos,
Por vezes alcantilados,
Que abreviam distâncias 
E economizam o tempo,
São o recurso expedito,
Cheio de sabedoria
Que a engenharia natural engendra,
Desde sempre 
E em todos espaços da terra.
Dão acesso aos altos cumes,
Onde há, sempre, uma ermida ou um miradouro, 
Enriquecedores do espírito
E os telescópios de ver perto o longe e à volta.
Descem ao mar, através de escarpas, inacessíveis e transitáveis.
São promontórios longos a perfurarem o mar, por onde passam os pescadores e suas redes até aos barcos.
São os magníficos escadórios longos,
engalanados de estátuas esbeltas,
que irrompem cá de baixo,
desde o centro da cidade,
numa alameda, frondosa e larga, aos zigue-zagues,
até à cerca do Santuário.
E, com saudade a lembro,
aquela rampinha ensolarada,
rodeada de latadas de uvas,
na estrada antiga de Lisboa ao Porto,
que levava a um restaurante,
“A rampinha”
em Gaia,
onde o rei era o bacalhau,
de todo o jeito,
como nunca mais provei…
Ouvindo Brahms por Hélène Grimaud ao piano
Berlim, 20 de Novembro de 2017
6h29m
Jlmg

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