sábado, 25 de novembro de 2017

Pelas alturas...



Pelas alturas…

Abandonei os trilhos ínvios da terra negra, por onde só transitam fantasmas velhos.
Alcandorei-me às alturas mediáticas da fama bela.

Serenei meus ímpetos na suavidade atenta dos olhares famintos.

Revigorei meu ânimo exausto das canseiras tristes do dia-a-dia.

Fico planando na plenitude infinda do universo como uma ave leve de asas largas.

Invadem-me ondas de remota origem ignota.
Minha alma vibra, exalando os versos que o sol lhe dita.

Se calhar, irei ficar por cá. Enquanto meu estro arder, mesmo em lume brando.

Mais vale o pleno mesmo em pouco tempo que a fartura abundante sem qualquer sabor…

Ouvindo Rachmaninov, concerto nº 3, por Martha Argerich

Berlim, 25 de Novembro de 2017
15h7m
Jlmg

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