terça-feira, 7 de novembro de 2017

As minhas sombras...

As minhas sombras…
Há tanto, começou a viagem.
Vai longa. Se perde no tempo.
São imensas as sombras na sepultura.
Umas de longe. De ouvir falar.
Pelo jornal e rádio. Televisão, internet, depois.
Outras, muitas, de ao pé de mim.
Os meus vizinhos, onde nasci.
Ali bem ao sol. Na linda encosta.
Depois cresci. Me fiz ao mundo.
Os vejo a todos.
Lhes oiço o falar. As suas vozes.
O seu sorrir.
Eram tão puros. Pobreza enorme.
Com tão pouco viviam.
Eram felizes.
Me ponho a contá-los.
Tantas centenas.
Todos com nome.
Tanto me deram.
Ainda vivo deles.
Há muitos anos.
As minhas sombras benignas.
Das outras, não, 
Todas esqueci…
Berlim, 8 de Novembro de 2017
8h15m
Jlmg

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