sexta-feira, 17 de novembro de 2017

O latoeiro...



O latoeiro…

A oficina ficava numa casa voltada para a estrada.
Três degraus de granito davam para a porta, sempre aberta.
Um balcão alto de madeira surrada.

Por detrás, altivo e senhor,
Reinava um mestre.
Rosto comprido e olhos profundos.
Voz de barítono, agradável de ouvir.

Nada na estrada lhe passava sem ver.
O que ele sabia fazer com a folha de Flandres, uma tesoura mordaz e um maçarico com solda!…

Cântaros para a água,
Almudes para o vinho.
Canecos de nora.
Almotolias de azeite.
Candeias.
Alguidares para lavar.
Tachos, panelas para a sopa e cozido.

E, pelo meio, uma anedota brejeira,
Donde lhe vinham,
Sempre a mudar…

O latoeiro da aldeia.
Era o pai de meus amigos da escola.

Berlim, 18 de Novembro de 2017
8h51m
Jlmg












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