sábado, 4 de novembro de 2017

E, lentamente...



E, lentamente…

E, lentamente,  com muito jeito,
Se segue o caminho.
Subindo e descendo.
O peito arfando.
Corre suor.
A alma sonhando.
Paira no tempo.

Cada vez mais alto.
Já sobre as nuvens.
O horizonte se alarga.
Crescem as distâncias.
Tudo aparece
Na justa medida.
Nem grande nem forte.
Tudo pequeno.
Inocente e sem mal.

O ribeiro correndo.
No silêncio dos campos.
As veredas são riscos.
Dão para a escola.
E as casinhas perdidas.

Se erguem ao céu as torres,
Cristas de igrejas.

Aqui e além, uma fábrica estendida.
Bota golfadas de engenho.
Se perdem nos ares.

Eis senão quando, o cume aparece.
Monto a tenda.
E aqui fico p’ra sempre…

Ouvindo uma guitarrista croata

Berlim, 4 de Novembro de 2017
8h42m
Jlmg


Sem comentários:

Enviar um comentário