quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Narizes aduncos...

Esqueléticos narizes aduncos…
Secos que nem a palha,
Tinham os narizes aduncos e os corpos eram esqueléticos.
Alimentavam-se de urzes e varizes mortas.
Trepavam apopléticas pelas sendas alcantiladas que davam lá para o cume
onde havia um castelo assombrado.
Seus urros e gemidos se espraiavam lancinantes pelos vales e pelos bosques.
As gentes que ali nasceram zarparam para bem longe estarrecidas.
Não fosse as almas daqueles corpos as arrebatarem para os confins do medo e do terror.
Num raio de muitas léguas tudo ficou deserto.
Até as corujas noctívagas e soturnas dali foram para lugares mais sossegados.
Não fosse seus bicos aduncos ficarem para todo o sempre assim aduncos…
Berlim, 29 de Novembro de 2017
15h25m
Ouvindo Vangelis
Jlmg

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