segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Feira das ideias...



Feira das ideias…

Fui à feira das ideias.
Ouvi dizer. Havia muitas, perdidas.
Seu destino marcado era o lixo.

No meio dum vale batido de sol,
Elas brilhavam ao vento, sedentas.
Bailavam no ar clamando um dono
Que as quisesse levar.

Fiz um braçado viçoso.
Enchi uma saca das mais preciosas.
Eram jóias de sábios, poetas, pintores.
Até de pastores.
Morreram. Ninguém lhes ligou.
Chegado a casa, enchi as paredes.
Quadros e frases, de assombro.
Verdades singelas.

Enchi meus baús.
Chaves de enigmas, segredos,
Selados a ouro.

Recorro a elas, quando a bruma me encerra, toldando o céu.

São meu baluarte.
Bandeiras que agito.
Fermento de pão.
Alimento da alma e do corpo…

Berlim, 28 de Novembro de 2017,
7h46m
Amanheceu com chuva
Jlmg









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