terça-feira, 21 de novembro de 2017

Máquinade escrever

Máquina de escrever…

Aquele gesto de puxar a alavanca dum lado ao outro.
De renovar a fita desmaiada por uma nova em folha.
Bater tecla a tecla por cada letra.
Mudar a folha depois de cheia.
Tudo tão lentamente,
Tinha outro sabor
Que o computador não tem.

Havia equilíbrio e entendimento de nós com ela.
Agora, não. Quem domina é ele.
E, quando embirra, responde tão torto.
Escreve sozinho. Um sabichão.
Muda de letra. Um sacristão.
E, quando se chega ao fim,
Por um simples toque,
No ponto errado,
Fica tudo em branco
Vai tudo ao ar.
Só repetindo.
Mas, se foi de cor,
É um dissabor…
É para esquecer.

Ouvindo Rachmaninov – sinfonia nº 2
Berlim, 21 de Novembro de 2017
19h58m
Jlmg

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