quinta-feira, 14 de maio de 2015

oxalá sobreviva...

oxalá sobreviva...

não posso rasgar...
saíu do fundo, como tantos outros que escrevi.

se a eles eu expus à luz,
a estes também não vou negar.

sei lá se há alguém
que deles careça,
ou lhes faça bem...

maldigo veementemente,
a madrugada de Abril,
pelo tanto que prometeu
e o muito que enganou.

havia fome.
havia sede.
de paz.
educação e assistência.

da liberdade total
de comunicar.

impunha-se apenas,
respeitar a herança,
conforme fosse a vontade
de todos os herdeiros,
de cá e além-mar.

sem atropelos.
manter os laços
e estreitá-los com todo o respeito.

o que aconteceu naquela noite
foi o derrubar duma barragem...

o lançar ao vento,
à sorte e à voragem
duma horda,
externa e interna,
de energúmenos,
tão só ávida da nossa riqueza
e da vã glória de mandar,
em proveito póprio.

desrespeitando o mais sagrado
que fez de nós uma secular nação...
pô-la à morte.
oxalá sobreviva...

Berlin, 14 de Maio de 2015
23h53m

Joaquim Luís Mendes Gomes


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