quinta-feira, 21 de maio de 2015

O cavalo à janela



O cavalo à janela

Eu o via cada dia,
da casa onde vivi.

Formosa cabeça de olhos doces reluzentes.
Espreitando tudo como eu.

Eu via os comboios constantes,
num vai e vem.

O pinhal dormente,
uma cortina verde,
a esconder o mar ao longe.
As pequenas hortas,
com ovelhas e galinhas,
em pasto livre
e as couves altas,
verdejando em levas.

Ele, a esperar a dona.
Lhe abrisse a porta
para espernear à solta
na redonda cerca.
Felicidade total.
Se contentando com pouco.

Meu pensamento,
em remoinho,
batia as asas,
voando ao vento,
como um condor.

Berlin, 22 de Maio de 2015
7h45

Joaquim Luís Mendes Gomes



Sem comentários:

Enviar um comentário