quarta-feira, 6 de maio de 2015

nada passa despercebido...

nada passa despercebido...

quantas vezes nos sentimos sós.
sem ninguém a ver.
pensamos nós...

se fazemos bem,
se fazemos mal.

só a gente sabe...
é o que parece.

há sempre uns olhos
que nos estão a ver.

isto é real.

um dia caí no Porto
ao sair do eléctrico.
com uma mala nas mãos.
foi por um triz.

cheguei a casa.
o bom do abade,
ao ir cumprimentá-lo,
me desfechou veloz:

- com que então,
quase não escapaste!...

percebi logo tudo.
fiquei vermelho.

depois pensei.
- e porque não me acudiu ele naquela hora?...

nunca o saberei...
já para lá partiu.

Berlin, 6 de Maio de 2015
21h3m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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