no meu telhado...
cai chuva e sol nas telhas e janelas da minha casa.
pelos caleiros descem
e vão regar a terra.
onde semeio as melhores sementes
que guardo bem
no meu sobrado.
são minha reserva de alimento.
para mim e para dar.
me consolo pôr-me à janela,
no nascer de cada dia
e vê-las medrar, de verde,
ou sorrir de cor,
nas flores do meu jardim.
ali busco um punhado de couves
para o caldo verde,
ao meu almoço
e um braçado de flores,
para as minhas jarras.
para dar beleza ao novo dia.
me sento ao computador
como quem toma o avião.
e parto não sei para onde.
ao sabor do vento.
meditando.
contemplado.
saudando a vida bela
que enche a alma.
oiço música,
de olhos no céu.
chovem-me hinos,
com harmonia.
me ponho a pintá-los
com meus pincéis.
dando-lhe as cores
do arco-íris.
enchendo telas,
com muitas pautas.
surgem as notas,
semi-colcheias.
em acordes puros.
encho-os de letras
vestidas de versos,
do melhor brocado.
prendo-lhe uma mensagem
e lanço-os ao vento...
caiam suaves,
farrapinhos de neve,
tinjam de branco,
cubram o escuro,
com alegria,
meus amigos da terra,
ao fulgor do sol...
Berlin, 19 de Maio de 2015
6h51m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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