quarta-feira, 13 de maio de 2015

doçura e asperezas da vida...

a doçura e a aspereza da vida...

que monotonia seria a permanente serenidade do mar sem ondas...

apenas um morto azul,
sem o abundante respirar do vento,
onde não velejariam caravelas.

e a nossa terra imensa e ronda,
sem as serras cheia de picos
e a branda correria das montanhas,
sem a garrida formosura dos seus vales.

e o fogoso correr dos rios,
desde lá dos píncaros,
sem o sobressalto agreste das cataratas,
e o fragor das rochas.

onde o amor e atenção aos outros,
se nosso viver de cada dia
fosse sempre um mar de rosas.

onde a maviosa sedução  dos sonhos
se o nosso viver tivesse a pobreza cega dum programa.

oh que tédio!...
só que custa e faz sofrer
tem verdadeiro valor
e nos dá gosto...

ouvindo o portentoso jovem tenor Roberto Alagna

Berlin, 14 de Maio de 2015
6h49m

nasceu tristonho o dia

Joaquim Luís Mendes Gomes

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