quarta-feira, 20 de maio de 2015

Doce regresso...

Doce regresso...

Quando já se almeja a nossa casa ao longe,
tudo acelera dentro de nós.

Estalam os olhos.
Sente-se as pancadas
do coração a bater.
Quase rebentam os pulmões.
Até os sapatos deslizam como em patins.

vêm em catadupa,
as últimas recordações da partida.
O seu sabor amargo,
revestido pela doçura
do regresso.

O nosso cheiro se expande
e vai despertar o cão fiel
que ficou à espera.

Ei-lo a correr fogoso.
Lança-se à gente,
como em desespero.

Dá-nos abraços.
Lambe-nos o rosto.
Quase caímos...

Solta lagidos.
E ladra feliz.

Dirijo-me ao poço.
Puxo a água.

Mato a saudade,
mato a sede,
quase a morrer.

Distribuo abraços.
Recebo carinho.
Minha alma acende.
Fico feliz...

No "bar dos motocas" arredores de Berlin,

ouvindo Brahms, concerto para violino e orquestra

Joaquim Luís Mendes Gomes


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