Retrato dum rio…
No alto das fragas,
No cimo do monte,
Há uma ermida
E uma nascente de água.
Escorre por sulcos.
Desenha atalhos.
Salta socalcos.
Se espalha em açudes.
Torna-se praia.
Com mantas de areia.
Forma recantos.
Salgueiros e maias.
Cantam os melros
Passeiam pardais.
Recreios de barcos.
Pedal e a remos.
Tardes de estio.
Encantos de outono.
De novo a caminho.
Por campos e vales.
Vêm represas.
Travando seu curso.
Rodam a fio
Moinhos sem velas.
Rugem as máquinas
Gerando as forças
Que iluminam as casas.
E aquecem as almas.
Eis que de repente,
Surge de lado,
A corrente dum rio.
Se irmanam de força.
Alargam o leito
E escavam o chão.
Fazendo um mar
Quando arribam à foz…
Berlim, 25 de Dezembro de 2015
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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