Derradeira estação…
Na infância, começou a marcha.
Tudo era longe, muito distante.
Tudo era leve e brilhante.
Era a alegria da novidade.
Só crescer para se ser grande.
Só brincar.
Era o que se queria.
No comboio em marcha.
Nem se dava fé…
Tanto apeadeiro bom.
Tanta estação de paz.
Pela encosta acima.
Em deslumbramento,
Perene,
Se iluminava o céu.
Se aprendia doutrina.
Se sucedia a escola.
Era tanto o recreio.
Se alargava a mente.
Veio a disciplina.
O ter de obedecer.
Tanta regra à volta.
Ser independente
Era a sedução constante.
Venha a liberdade.
Só faltavam as asas
Para se poder voar.
Um lugar ao sol.
Erguer um castelo
E o seu próprio reino.
Veio o sofrimento.
De batalha em batalha,
Se esqueceu a vida,
Mais uma vitória.
Mais uma derrota.
Em constante marcha.
Quando se deu por ela,
Tudo era passado.
Tanto sofrimento!
Já se vê o fim…
É madrugada deste derradeiro dia
Berlim, 31 de Dezembro de 2015
6h40m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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