domingo, 13 de dezembro de 2015

minha companheira...

Minha companheira...

Doce companheira, sempre pronta
que me abraça,
que me prende
e que me encanta.
Se a chamo.

Pode ser um piano
ou uma orquestra.
O cantar da ópera.
Um coro em brasa.
Um tenor ou um contralto.

Aquela sequência bela que se comunicaatravés dos sons,
como chuva ardente,
sobre um campo.

Aquele mergulho fundo
nas profundezas do oceano imenso.
Onde há cores em reboliço.

Aquele sonho lindo que se tem ou gostava ter.
Aquele salto alto de para-quedas
sobre o abismo,
lá no fundo,
que se domina.

Aquele olhar sereno e concentrado
naquele rosto de pianista enamorado.
Durante horas em torrente.

E a alegria divina que se sente
e que nos toma,
como se fosse a eternidade...

ouvindo 4º concerto para piano de Beethoven, por Hélène  Grimaud

Berlim, 14 de Dezembro de 2015
7h30m

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes

Sem comentários:

Enviar um comentário