segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

a minha samarra cinzenta...

Minha samarra…

Era grossa a minha samarra cinzenta.
Tinha uma gola de pele.
Me guardava o pescoço
Do frio e da neve.

Meu peito lá dentro.
Era um castelo de portas cerradas.
Só meu nariz,
Entregue ao vento,
Penava vermelho.

Minhas botas de couro
Compradas na feira
Se riam das pedras geladas.

Quando chegava o verão,
Havia um armário,
Fundo e comprido,
No canto da sala.
Era a troca por troca.

Só a boina preta espanhola
Ficava…


Berlim, 7 de Dezembro de 2015
9h13m

Jlmg

Joaquim Luís Mendes Gomes

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