sábado, 5 de dezembro de 2015

no meio da ponte...



No meio da ponte…

Como um tolo no meio da ponte.
Sem saber se seguir em frente ou recuar.
Vim procurar uma lufada de ar corrente
Espevitasse esta secura de morrer.

Vim ver se encontro versos
Em faúlhas das que passam
Se vão pelas alturas.

Todas apagadas.
Olho ao fundo.
Nem uma só formiguinha vejo a mexer.
Naquele labirinto de gente,
Que não pára, frenética,
Como se amanhã fosse o derradeiro dia.

Todos querem levar para casa
Mais um saco do supermercado,
Esquecido do que já têm.

É a vertigem de comprar…

Ali vai um iate.
No isolamento.
Casca de noz
Que uma onda ligeira
Põe em perigo.
Ali vai para a solidão do mar.
Fugindo da multidão.

E aquele paquete gigante.
Um planeta vivo em combustão,
Que procura ele?
Lá vai sonolento e firme,
Pejado de gente faminta
Da felicidade,
Procurá-la sobre o mar…
Porque na terra não.

Ouvindo André Rieu e os seus espectáculos fulminantes de cor e som

Berlim, 5 de Dezembro de 2015
17h48m

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes

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