Sedução das sombras
Pendem dos corpos em movimento, como
vestes negras, transparentes.
Se estendem no chão em reverência.
Parecem monges que se encobrem,
fugindo à luz.
São bailarinas, em suaves movimentos.
Gostam das paredes brancas onde
contrastem.
Dão pinceladas breves nas vidraças
mais opacas.
Escarnecem de quem passa e não lhes
liga.
Gostam de ir à missa nas igrejas.
Se divertem a bruxulear nas chamas
amarelas que as velas deitam.
Fogem das apalpadelas dos cortejos,
de impúdicas.
Se dependuram nas arrecadas d’oiro das
orelhas.
Como elas gostam da mitra episcopal.
Até fazem disputas para lhe abraçarem
a cabeça…
Berlim, 24 de Abril de 2018
16h47m
Jlmg
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