quarta-feira, 25 de abril de 2018

A revolta das sapatilhas...


A revolta das sapatilhas…

Elas pensavam ter nascido para provisórias.
De pôr por acaso,
À falta de melhor.
Tudo deu para o torto.
O raio dos pés se lhes afeiçoaram tanto,
Nunca mais largaram.

No começo, era só pró desporto ou para correr.
Depois, para irem à festa.
Até que até na igreja à missa.
Sentem inveja dos pés do padre.
Sempre sapato ou bota fina.

Como vão longe aquelas botas de coiro,
Ainda cheiravam a erva.
Aquelas solas duras, à prova de água.
Os botins até ao joelho.
Foi tudo chão que já deu uvas.

Agora é o pano. Se respira melhor.

Berlim, 26 de Abril de 2018
7h43m
Jlmg

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