O nó da gravata
É recente a era da gravata.
Antes, as vestes longas caíam largas,
Desde os ombros até ao chão.
Do corpo inteiro pouco se via.
Só o rosto e as mãos.
As mulheres ostentavam seus bustos.
No intento de seduzirem.
E os homens mantendo seu recato.
Foi pelos botins que tudo se
modificou.
Pernas longas. Esbeltas.
Eram sinais.
E, ao vento, as fartas cabeleiras.
Engrenhadas. Lisas, só as das
senhoras.
Vieram os fraques. Influência dos
grilos negros.
Depois as camisas.
Muitos botões.
Antes, só as de forças.
E, para o pescoço, aquele espaço
indefinido,
Se é da cabeça, se é do tronco,
Carecia de algo a demarcar.
Surgiu a gravata. Como fronteira.
Primeiro, solta.
Com o vento e os movimentos, corria o
risco de se perder.
Surgiu o nó. A solução.
Berlim, 23 de Abril de 2018
23h7m
Jlmg
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