quinta-feira, 12 de abril de 2018

Os almocreves

Os almocreves
Caminham solitários,
Ao ritmo das passadas, 
pelas sendas, abaixo, acima, 
das aldeias mais perdidas.
Parecem uns dromedários.
O dorso forte da alimária 
carrega dócil e luzidia,
tudo o que faz falta à freguesia.
São os marcos do correio.
Trazem as novas dos vizinhos.
Levam os recados para os de mais longe.
Tirando o sol e lua 
que nasce e morre, 
uma vez ao dia,
sua visita é mais só rasto
que o tempo deixa.
Tudo o mais é letargia.
Tudo acaba se ele demora.
Só lhes resta a horta
E a água fresca
que a bica deita.
Berlim, 13 de Abril de 2018
7h27m
Jlmg

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