Mafra, 5 de Agosto de 2012
8h20m
( tal como brotou…acompanhando ao lado do piano…)
Vou a galope a cavalo dum piano preto
que Lang Lang toca como um deus,
Rachmaninov, concerto nº 2…
Primeiro, pelo vale, junto ao rio,
onde molho os pés e refresco a boca.
Depois vem a pradaria, cheia de flores,
amarelas e miosótis,
brancos, azuis, violetas
e as papoilas…tão vermelhinhas,
que até a brisa mansa tem medo de tocar…
pode fazer-lhe cair as sedosas pétalas…
e que não voltem a crescer. .
Depois, tomo uma vereda e começo a subir a encosta, montanha fora.
Começa o suor.
Tiro o casaco, abro a camisa,
cabelos ao vento,
nem olho ao cimo,
posso desanimar.
Páro uns instantes.
Ponho-me a olhar o rio.
A serpentear, por entre loureiros silvestres
onde cantam os melros e ainda os cucos…
Colho amoras negras.
E volto a caminhar.
Ainda falta tanto.
Toca a subir. Sem poder parar.
Uma corridinha, quando vem um pouquinho de planalto.
Sempre a marchar.
Lá ao longe, andam gazelas.
Não as vou assustar.
Passo em silêncio. Está na sua hora de pastar.
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