domingo, 1 de maio de 2016

as escadas...

As escadas...
Só as aves delas não precisam.
Têm as asas.
Vencem as alturas.
Poupam passadas.
De pedra, pesadas.
Mais leves, de pau.
Sobem do chão.
Trepam as torres
das casas e torres.
Por fora e por dentro.
São de cimento.
Se abraçam às árvores,
como roseiras.
Podam-lhes os ramos.
colhem-lhe as uvas.
Enchem os lagares
com pipas de vinho.
Salvam aflitos dos fogos,
parecem bombeiras.
Se alcandoram aos montes.
Escadórios sagrados,
tão belos,
dos santuários.
Tão recatadas,
Fazem de vãos.
Abrigam mendigos.
Recriam armários
em todos os cantos.
Até nos barcos à vela,
sem remos,
perdidos sem pão,
descem ao porão,
matando-lhes a fome.
Só a de Jacob
subiu às alturas do Céu...
Berlim, 2 de Maio de 2016
7h4m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes

Sem comentários:

Enviar um comentário