sábado, 21 de maio de 2016

comboio da madrugada...

Comboio da madrugada...
Tomei o comboio nocturno,
fiz-me ao mar da madrugada,
por vales ermos, encostas
e dobrando serras.
Rumei aos longínquos monfortes
do Oriente
donde o sol nascente vem casa manhã.

Fui em busca da sapiência.
Outras terras, outras cores.
Donde o longe
É o ocidente atribulado e enigmático.
Vou à Manchúria e ao Tibete.
Ao fundo, a China e o Indostão.
Que tamanho mar!...
O fim do mundo.
Ao alto, o céu.
O mesmo azul e outras estrelas.
A mesma paz.
E vou adiante.
Uma sementeira d’ilhas.
Perene naufrágio.
Outro hemisfério.
O mistério sul.
Tão colado ao chão
Como se fora o norte.
Já estou cansado.
Quero voltar...Não sou de cá.
Berlim, 22 de Maio de 2016
8h25m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes

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