terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

poemas de janeiro 2015

poemas de janeiro 2015

ervas daninhas...
apenas praga, quando aparecem ao pé.
mais ágeis.
resistentes e agressivas
que as normais.
crescem,
se reproduzem
abundantes.
roubam a luz
e o espaço vital.
fazem sombra.
asfixiam.
são estéreis.
sempre feias.
chamam insectos.
tudo avassalam.
quer no jardim.
quer no quintal.
semeiam a fome.
em pouco tempo.
se não forem extintas.
é igual
na vida mental.
há pensamentos.
negros farrapos.
surgem em nuvem.
toldam o céu.
tudo devoram.
são como a traça.
geram tristeza.
estiolam a esperança.
secam a alegria,
de querer viver.
trazem o abandono,
de todos os sonhos.
apetece parar.
nada interessa.
apetece morrer.
nos fecham em nós.
droga fatal.
insaciável.
faz-nos escravos,
capazes de tudo,
até de roubar.
até de matar...
se não forem extintos.
árvore do mal.
só a ginástica diária,
num ginásio sadio,
cheio de luzes.
exercícios mentais,
que tragam vigor.
vontade de sol.
com praia e mar.
mergulhos nas ondas
que nos façam avançar,
rumo aos confins,
onde reina o saber,
fonte de paz,
e só cresce o que vale,
sem ervas daninhas...
ouvindo Mozart
Slubice, na Polónia,
28 de Janeiro de 2015
6h10m
Joaquim Luís Mendes Gomes
Gosto ·

Germano Moura Moura‎Os Diogos de Felgueiras
27/1 às 23:14 ·
Auschewitz...
impossível de ver e não chorar...
sinto vergonha da humanidade!...
o que é capaz de realizar.
para que serve a inteligência?
essa força e esse dom
da natureza,
tão sublime,
que te faz um ser superior
à toda a multidão de seres...
em toda a terra.
com foi possível
descer tão baixo,
muito pior que a animalidade...
é leal.
só mata para sobreviver...
porquê reduzir a nada,
os milhões de iguais,
com vontade de os exterminar...
e o seu direito de viver...
pela forma a mais cruel...
impossível para uma fera, a mais animal...
sinto horror...
sinto pavor de ti!
pelo que me podes vir a fazer!...
ouvindo Brendan Perry
Slubice, Polónia, 27 de Janeiro de 2015
22h00m
Joaquim Luís Mendes Gomes
Gosto ·

Germano Moura Moura‎Os Diogos de Felgueiras
21/1 ·
proliferação selvagem da inteligência...
no começo, tudo era amplo e devassado.
via-se livre,
em redor e ao alto.
só as alturas serrilhadas
das montanhas,
a manta espessa do nevoeiro e a variação dos elementos
faziam de cortinado.
a chuva, o frio,
o calor e a neve,
os grandes invasores
da serenidade natural.
sem eles, tudo seria calmo
e aprazível.
até o refúgio silencioso
das cavernas.
as aves voavam livres
pelos ares.
e na terra imensa, cirandavam as espécies todas, na vida em liberdade.
da crosta da terra imensa,
ora negra,
ora dura,
brotavam verdes
as hastes tenras da verdura.
e se cobria de mantas extensas,
para além das clareiras.
reinou a paz,
enquanto a fome não chegou...
com ela a guerra
entre os animais,
muito ciosos do seu espaço.
a sobrevivência feroz desencadeou a luta
e a defesa entre os grupos.
imperava o instinto e a força,
com a arte do engenho
e o seu dote.
e, pouco a pouco,
se instalou a ordem,
segundo as regras da hierarquia.
dos mais fortes
para os mais fracos.
era assim a harmonia natural
que o bicho homem,
sobredotado de inteligência,
tudo fez para destruir...
Berlin, 21 de Janeiro de 2015
8h18m
Joaquim Luís Mendes Gomes
Gosto ·

Germano Moura Moura‎Os Diogos de Felgueiras
20/1 · Editado ·
o tempo e as formas...
a história do homem
é um espaço de tempo
carregado de formas.
desde as cavernas,
na crosta da terra,
como a natureza as gerou,
como forma de abrigo,
à mão,
do frio, do tempo e do perigo.
sem nada lá dentro.
chegada e partida
para as necessidades da caça,
condição de existência.
no espaço e no tempo.
com a força de lei.
da conquista,
e confronto,
com outros iguais,
na disputa do espaço,
surgiram
outras formas de estar.
toscas casotas com pedras,
cobertas de ramos,
nas encostas dos montes,
com água a correr.
formaram aldeias.
surgiram os chefes.
se inventaram as normas,
com força de lei.
nasceram casebres,
incrustados nas rocha,
e outras com pedras,
umas por cima,
outras por baixo,
de tamanhos diferentes,
cravadas no chão.
se rasgaram caminhos,
veredas,
sulcando a terra,
dos cumes
para o vale,
onde se fabricavam culturas.
surgiram castelos
e palácios
com muralhas à volta.
se formaram exércitos,
dedicados à guerra,
pela conquista da terra.
se travaram batalhas sangrentas,
geradoras de escravos.
surgiram as castas.
à força da espada.
uns dominando,
outros servindo.
proliferaram impérios.
dominando o mundo.
germinou a revolta
e a luta pela liberdade perdida.
impôs-se o poder
à custa da paz...
Berlin, 20 de Janeiro de 2015
0h36m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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