terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

poemas de janeiro 2015- de 11 a 19

Devassa...
Hã um espaço com o tamanho do que somos,
Muito nosso.
Quem lá entra sou só eu.
Ou a quem eu der a sua chave.
Tem recantos. Tem baús.
Onde eu ando à minha vontade.
Tal e qual eu vim ao mundo.
Eu me vejo. A realidade.
Para cuidar e corrigir.
Como quiser.
Onde medito.
Onde contemplo.
Onde oro.
Onde relembro e sonho.
O bom e não.
Que já passou.
Tem janelas.
Tem varandas.
Olho o mundo.
Vejo o tempo.
Calor ou frio.
E conto estrelas
Que há no céu.
Tem uma horta
E um jardim.
Miniaturas.
Ali lavro.
Ali semeio.
Boas sementes.
Dão flor. Depois o fruto.
Ali cozinho
E faço o pão.
Ali repouso e apanho sol...
Berlim, 19 de Janeiro de 2015
6h28m
Madrugada escura e fria
Joaquim Luís Mendes Gomes
Gosto ·

Germano Moura Moura‎Os Diogos de Felgueiras
18/1 ·
duelo da manhã...
cada manhã, ao acordar,
assisto da minha janela,
a um duelo fogoso,
entre a noite e o dia.
ciosos do reino.
ele, armado de luz e de cores.
ela, vestida de escuro,
às vezes luar,
nimbado de estrelas.
esgrimem os golpes do dia,
com raios.
verdejando a terra.
atiçando-lhe fogo.
se esconde a noite,
nas brumas cinzentas
das copas das árvores e bosques.
por fim, é a vitória fulgurante do sol,
lançando luz e calor.
o mar, salgado no seio,
sedento de azul,
espaneja de ondas,
se lava de espuma,
e se despede da noite
que ama,
forte e valente.
brotam ao longo dos ramos, salpicos,
botões de verde em flor.
promessas de vida,
soprada de luz e de cor.
se alegram as nuvens,
dançando suaves e lentas,
nas alturas do céu.
pressurosas, as aves em bandos,
cruzam os ares,
buscando alimento,
jazente na terra.
é preciso buscá-lo...
nos prados e encostas das serras,
calmos, dispersos,
dançando-lhe as caudas,
pastam manadas de vacas e bois,
sacudindo as moscas.
e os rios, dormentes,
de águas correntes,
fogem ocultos,
pela sombra dos vales,
rumando ao mar.
cresce em mim,
cansado da luta e duelo,
a vontade da vida,
em pleno,
neste começo de dia...
ouvindo Bárbara Streisnd
Berlin, 18 de Janeiro de 2015
8h41m
Joaquim Luís Mendes Gomes
Gosto ·

Germano Moura Moura‎Os Diogos de Felgueiras
15/1 ·
de faca e garfo...
Todo o mundo deve comer
de faca e garfo.
as mãos são para cumprimentar
e os braços abraçar...
mesa posta.
toalha branca.
comida à hora
de chegar e sobra.
matar a fome
é obrigação principal
e única forma
de acabar com a guerra.
não é justo.
uns ao sol
e outros ao frio.
sem cobertor.
uns com milhões estéreis.
a maioria,
sem só vintém.
nascemos todos iguais.
quem nos faz diferentes
é o reino do mal.
esconjurado seja.
deserte da terra!...
que o sol brilhe
e reine o Amor...
mesa farta,
de faca e garfo.
ouvindo concerto para violino de Mendelsson, por Hilary Hahn
Berlin, 15 de Janeiro de 2015
8h43m
Joaquim Luís Mendes Gomes
Gosto ·

Germano Moura Moura‎Os Diogos de Felgueiras
13/1 ·
queria ir ver o mar...
ai meu mar da Ericeira como te queria tanto ver
e sentir dançar.
estou longe...
tenho serras e muita estrada
entre mim e ti.
saudade de te ver ao longe,
donde quer que eu fosse,
ao sair de casa.
por aqueles campos
e colinas verdes
que te cercam.
ver aquelas escarpas e falésias,
ora a prumo,
ora docemente inclinadas,
que me levavam junto de ti.
das tuas ondas brandas,
a beijar meus pés.
o cheiro verde e acre
do sargaço com que os envolves.
e das gaivotas mansas
que te adoram,
planando ao vento,
sem bater as asas...
e das caravelas brancas e dos veleiros que te sulcam lá longe,
na linha do horizonte,
mirando a terra.
tenho vontade de me banhar em ti
chapinhar na areia branca
que molhas de amor.
ouvindo "nocturnos completos" de chopin
Berlin, 12 de Janeiro de 2015
23h53m
Joaquim Luís Mendes Gomes
Gosto ·

Germano Moura Moura‎Os Diogos de Felgueiras
11/1 ·
subida ao espaço...
Desde os tempos iniciais,
que o homem se enamorou,
com aquele espaço,
alto e fundo,
onde aparece um mar de estrelas,
durante a noite
e lenta desliza uma bola branca,
de tamanho e forma,
inconstante.
que abre ora a noite
ora o dia.
onde deambulam perdidas,,
alvinitentes e bizarras caravelas,
carregando chuva e neve.
que semeiam.
onde um balão de fogo enorme
se acende ao nascer do dia
e se põe ao cair da noite.
,derramando luz e vida
pelo mundo inteiro.
onde, volta e meia,
se faz a guerra medonha
dos raios e trovões.
parecem dar cabo do mundo.
e o sol e chuva
se abraçam,
num grande abraço,
brilhante e colorido.
arco-iris.
para onde aflita,
foge a fumarada densa
dos incêndios e fogueiras
que dizimam as florestas.
e para onde sobem os sonhos
e nossos noctívagos pesadelos.
subida ao espaço...
Desde os tempos iniciais,
que o homem se enamorou,
com aquele espaço,
alto e fundo,
onde aparece um mar de estrelas,
durante a noite
e lenta desliza uma bola branca,
de tamanho e forma,
inconstante.
que abre ora a noite
ora o dia.
onde deambulam perdidas,,
alvinitentes e bizarras caravelas,
carregando chuva e neve.
que semeiam.
onde um balão de fogo enorme
se acende ao nascer do dia
e se põe ao cair da noite.
,derramando luz e vida
pelo mundo inteiro.
onde, volta e meia,
se faz a guerra medonha
dos raios e trovões.
parecem dar cabo do mundo.
e o sol e chuva
se abraçam,
num grande abraço,
brilhante e colorido.
arco-iris.
para onde aflita,
foge a fumarada densa
dos incêndios e fogueiras
que dizimam as florestas.
e para onde sobem os sonhos
e nossos noctívagos pesadelos.
quem será
tão poderoso e rico
que lá mora?...
ouvindo Chopin em piano...na madrugada alta
Berlin, 11 de Janeiro de 2015
6h59m
Joaquim Luís Mendes Gomes
Gosto ·

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